27. Versalhes de Viena

De seguida uma achega à Maria-Theresien Platz, que é como quem diz a praça de Maria Teresa, em homenagem à Imperatriz do mesmo nome - primeira e única mulher governante da Casa de Habsburgos...
Uma praça curiosa dominada no centro pela estátua da monarca e que tem a ladear não um, mas dois palácios simétricamente iguais virados um para o outro. De facto, a única coisa que os distingue é o conjunto de estátuas nas suas fachadas.

Praça de Maria Teresa - Viena, Áustria
Maria Teresa da Áustria - Viena, Áustria

O palácio a Norte serve actualmente como museu de História Natural e o a Sul como museu de História da Arte. Tudo isto é relativamente recente, datando a construção do final do século XIX.

Museu de História da Arte - Viena, Áustria

Ainda passámos pela igreja de São Carlos com o seu estilo barroco muito pronunciado e que à frente tem um pequeno lago artificial muito charmoso. A construção data do século XVIII em homenagem a São Carlos Borromeu sendo promessa devida para que a peste que dominava a cidade terminasse.

Igreja de São Carlos - Viena, Áustria

Rui tinha planeado o almoço no Naschmarkt, ou mercado de Viena. Sobretudo pela experiência e porque seria provavelmente mais em conta. Azar dos azares quando lá chegámos estava fechado… Pois é, não nos lembrámos de ver o horário este ao Domingo fecha... Há vários mercados nesta cidade, mas este é conhecido por ser o pai deles todos... Enfim, paciência.

Naschmarkt - Viena, Áustria

De maneira que não se comia por lá nada. O pessoal parecia estar nas limpezas, e tinha um ar pouco simpático… Dizem que Viena é a capital mais segura da Europa, não há que recear... Estávamos com outro problema em mãos: o de arranjar almoço! Já agora bom e barato, o que nos pareceu serem duas coisas difíceis de conjugar por aqui… Afastámo-nos dali e também um pouco do centro para uma zona de prédios residenciais… As opções por aqui eram poucas e quase todas estavam fechadas… Acabámos por encontrar um hostel que numa espécie de cave (com acesso pela rua) servia uns comes e bebes. A decoração era engraçada, uma espécie de vintage que fazia lembrar a casa da avozinha em versão tresloucada. E embora estivesse cheio de malta jovem no interior e na esplanada, havia mesmo uma velhota que servia à mesa. Entrámos lá dentro e sentámo-nos à volta de uma mesa nuns maples que lá havia (cada um do seu feitio). A velhota veio ter connosco para nos explicar o sistema. Os pedidos tinham de ser feitos ao balcão e aqui só se serviam tostas e ovos cozidos acompanhados com sumo ou cerveja...  Então lá terá que ser. O Rui e o Miguel foram ao balcão enquanto fiquei à mesa a guardar as nossas coisas. Daí a pouco regressaram, mas não tendo eles pedido nada para mim tive de lá ir depois encomendar qualquer coisa…

As miúdas ao balcão eram bastante enérgicas. Uma estava à caixa e muito simpaticamente tomava nota dos pedidos ao mesmo tempo que aviava as bebidas. Os sumos eram feitos na hora misturando um concentrado com água... Depois as outras estavam numa fona manipulando uns fornos pendurados na parede, que desciam e subiam nuns elevadores a pedido. Enquanto aguardávamos que as tostas saíssem ficámos ali a apreciar o cenário. Parecia ser um sítio da moda onde a juventude modernaça e sem complexos vinha tomar o seu brunch. Todo o staff era muito simpático, em particular a velhota que se desenrascava bem em inglês... O que felizmente contraria aquela ideia de que só há trombudos na Áustria! As tostas estavam assim-assim, nada de especial.

Vale pelo local, pela experiência e por não ser exageradamente caro. Dali continuámos o nosso itinerário e seguimos para o palácio Belvedere (que é também museu) localizado mais no extremo da cidade e que à semelhança da maioria dos palácio que vimos data do século XVIII.
Rui ainda ia fresco, eu e o Miguel já estávamos a ganir com dores nas cruzes… Mais um palácio bem bonito por sinal, mas eu por esta altura já tinha a minha saca de palácios bem cheia… Sentei-me um bocadinho a apreciar o cenário enquanto o Rui e o Miguel tiravam fotos de vários ângulos...

Vista Norte do palácio Belvedere - Viena, Áustria

Vista Sul do palácio Belvedere - Viena, Áustria

Depois deste ainda havia outro. Ainda ficámos com dúvidas se valeria a pena, já que seria necessário ir de metro até lá… Mas vá, bom, ainda temos tempo vamos lá a ele! Fomos à procura da estação de metro mais próxima, que não estava assim tão próxima. Dali à estação do palácio foi um instante, e da estação ao dito menos ainda. Estava um corrupio de gente. Muito turista para cima e para baixo e alguns locais a fazer a sua corrida por aqui.

O Palácio de Schönbrunn é imponente, no melhor e mais puro estilo barroco e é conhecido pelo palácio de Versalhes de Viena... Devo dizer que conheço o original por dentro e por fora, e bom, vá... OK, este de Viena será uma boa aproximação, mas quanto a mim ainda lhe falta uns danoninhos.
Seja como for, vale a viagem, é seguramente o palácio mais grandioso que vimos por aqui.

Fomos explorar os jardins, enormes por sinal… Os jardins barrocos são compostos por grandes alamedas que desembocam em estátuas ou monumentais fontanários.

Jardins do palácio de Schönbrunn - Viena, Áustria

Há também uma colina com um pequeno lago no topo. A subida até ao cimo faz-se bem e a vista é fabulosa.

Vista do palácio de Schönbrunn - Viena, Áustria

Como os demais que por ali estavam, estendemos-nos um bocado no relvado da colina. E estava-se ali mesmo bem!

Jardins do palácio de Schönbrunn - Viena, Áustria

Nas nossas costas estava um belíssimo lago coroado com um pequeno edifício cujo termo técnico é Gloriette - vem do francês gloire (que significa pequeno quarto) e que na arquitectura renascentista é utilizado para designar um pequeno pavilhão para descanso num jardim de um palácio ou castelo.

Gloriette dos jardins do palácio de Schönbrunn - Viena, Áustria

Depois de uns minutos de descanso voltámos lá abaixo e continuámos o caminho pelo jardim.

Jardins do palácio de Schönbrunn - Viena, Áustria

Logo na frente do palácio existe um espaço ajardinado todo trabalhado...

Palácio de Schönbrunn - Viena, Áustria

Uma turista italiana decidiu lá meter os pés para tirar uma foto, e no instante seguinte apareceu um tipo da manutenção a correr com ela! Não terá sido por falta de aviso, pois a sinalização de proibição de pisar está lá e é bem visível.

Vista para a Gloriette no alto do jardim - Viena, Áustria

E estava tudo visto!

Regresso ao metro que nos levou de volta à estação de partida. Já íamos bem cansados e depois de tomar um banho regenerador voltámos à rua à procura de jantar. Tínhamos a ideia de não sair daqui sem provar as famosas salsichas. Encontrámos um restaurante que as servia. Não havendo por ali muito mais opções decidimos entrar. O sítio tinha pinta de restaurante americano e servia um pouco de tudo no género carne com pão e batatas fritas. Mandámos vir as ditas salsichas que não impressionaram.

Salsichas vienenses - Viena, Áustria

Não sou grande apreciador deste pitéu, mas, sinceramente, já comi melhores e a meu gosto. Achei-as muito gordurosas e com pouco tempero. Aquela gordura de fraca qualidade estava-me a dar volta ao estômago e nem sequer consegui terminar o meu prato… Ao nosso lado estava uma mesa grande com pessoal de um motoclube de ferros, creio que eram ucranianos e estavam ali mais por causa da cerveja que era servida a metro. Não ficámos ali para a festa e regressámos ao hotel para descansar os lombos.

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