15. Bem bom é no Balaton

Amanhecer com um Sol radioso, estávamos com a sorte do nosso lado.

Logo pela fresca ajeitámos tudo nas malas, ficando prontas a carregar nas motas. Fomos lá abaixo tomar o pequeno-almoço e pagar a conta. Tudo normal, nada a declarar…

Três alegres Tigers prontas a carregar - Liubliana, Eslovénia

Ala que se faz tarde! Carregar motas, ligar GPesses, casaco, luvas e capacete na cabeça… Tchau, Tchau até à próxima!

A saída de Liubliana foi pacífica, num instante metemo-nos na auto-estrada. Daí em diante, nada de novo. Uma batelada de quilómetros de alcatrão, muito verde em redor e quase não nos apercebíamos da entrada na Hungria. Não há assim nada de especial, a transição faz-se apenas por uma estrada que se estreita numa via única.

Último retrato - Eslovénia

Já do outro lado, a preocupação era arranjar outra vinheta para colar na mala. Seria na primeira estação de serviço ou chafarica que as vendesse. Tivemos de sair da autoestrada em direcção a um Hotel onde se indicava vender as ditas. Parámos à porta onde estava uma lojeca que entre muita tralha vendia também as tais vinhetas de acesso à autoestrada. Aqui o sistema é o mesmo, paga-se uma taxa única que varia consoante o prazo que se pretenda. Na verdade estes tipos estão um pouco mais evoluídos. A vinheta não é física, é virtual. Ou seja, faz-se o registo da matrícula numa maquineta que parece um terminal de multibanco, e a partir daí o controlo é feito pelo circuito de vídeo existente nas autoestradas. Estamos muito modernos!... Mas caramba, é pena não dar direito a cromo, ajeitava-se bem junto ao da Eslovénia que já estava na mala… Paciência.

Mais uns quilómetros adiante e teríamos de optar se sairíamos ou não da auto-estrada. Tínhamos uma alternativa para fazer com vagar, que seria ladear o lago Balaton e no fim deste retomar mais adiante a auto-estrada.

A “portagem” estava paga de modo que não se ganhava nada com o desvio, mas dado que estávamos folgados de tempo decidimos ir espreitar as margens do lago… E não nos podia ter ocorrido melhor ideia!

Talvez caiba aqui explicar o que é este lago Balaton...

A Hungria tem um problema: não tem um centímetro de costa que seja. O que faz esta gente então no Verão para se divertir?... Vão para o lago Balaton, o maior da Europa Central.

Os seus 77 quilómetros de comprimento por 14 de largura (área de quase 600 quilómetros quadrados) conferem-lhe o nome de “Mar Húngaro”. Outra característica importante é a coloração da água, um esverdeado turmalina. A cor deve-se à presença de algas e ao fundo arenoso.

Aqui lado a lado o estuário do Tejo e o Balaton (ver escala no canto inferior direito)

Tradicionalmente os húngaros sempre se deslocaram às margens deste lago quer no Verão para irem a banhos, quer no Inverno para outras actividades sobre a camada de gelo que o cobre. Há muito tempo atrás, o povo espalhava-se pelas suas margens de forma ordeira segundo a sua classe. Aristocracia para um lado, burgueses para outro, serventes noutro canto e até mesmo os artistas tinham o seu local preferido. Actualmente qualquer budapesteiro… Ou será budapestense?... budapestante??... Bem, não interessa... Qualquer fulano da capital tem uma segunda moradia por ali.

A margem Sul do lago é a mais concorrida e onde também há mais confusão. A margem Norte é a mais cénica e preserva ainda grande parte do encanto de outrora. Tudo muito verde, com arvoredo denso nalguns locais e as colinas sempre a espreitar no fundo do cenário.

Um calhambeque à nossa frente (Daniel e Rui) - Hungria

A estrada não é larga, mas faz-se bem a velocidades sempre legais pois há bastante peão, especialmente nas travessias de localidades.

Estrada que circunda o Balaton (Daniel e Rui) - Balaton, Hungria

Lago à vista - Balaton, Hungria

Há também uma linha do comboio que vai aparecendo e desaparecendo ao longo do caminho. Muito bom… Um troço muito relaxante e agradável de fazer!

Numa das passagens de nível (Miguel e Daniel) - Balaton, Hungria

Já eram horas de almoço e decidimos parar num spot à beira de água. O estacionamento por ali é todo pago, e não há espaço reservado para motas… E a questão é, onde deixamos o bilhete?… Olha, não sei deixa… Ficam aí mesmo à vontade, à sombra das árvores.

Paradas as motas, descemos por uma rua que vai até ao lago. Nessa rua não faltavam propostas de comes e bebes, umas espécie de barraquetas que ofereciam de tudo um pouco para comer.

Uma coisa estava certa, chiça! Comida italiana não seria de certeza! Parámos junto a uma dessas barraquinhas que tinha umas quantas fotografias penduradas dos pratos… Olha, é mesmo aqui, é só apontar com o dedo.

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