3. A Tareia

E num instante se passaram os 6 meses e se finalizaram os preparativos, que não foram poucos… Saímos daqui com o itinerário todo certinho nos nossos “GPesses”, tudo estudado e calculado. Achei por bem identificar a cada 50km os postos de combustíveis nos nossos percursos, para que não perdêssemos tempo a desviar caminho à procura de “gasosa”. Fomos de madrugada, bem cedinho, rumo a Elvas onde atravessaríamos a fronteira. Uma milena de quilómetros para o primeiro dia… Coisa dura, mas necessária. O Rui estava com receio de falhar o barco no segundo dia em Barcelona, e preferia seguir directo para lá de Lisboa. Eu queria uma coisa mais leve, com dormida em Saragoça e daí a Barcelona no dia seguinte. Ir directos ao porto implicava pouco descanso e chegar noite fora. Parar em Saragoça permitir-nos-ia desfrutar um pouco da cidade e recuperar convenientemente das mais de 10 horas de cus sentados em cima da burra.

E por falar em burras, que bem se portaram! Quilómetros a fio sem se queixarem. A minha tinha acabado a rodagem e ainda estava a adaptar-me às novidades (há três meses tinha trocado a minha Tiger laranja de 2011 de primeira geração por uma azul do corrente ano). Umas das novas funcionalidades era o “cruise control” electrónico, e raios que bem que soube! Comporta-se da mesma forma que num carro. Fixa-se a velocidade e vai-se ajustando para cima e para baixo. Quando é preciso ultrapassar abre-se o punho, e depois de fechar, volta à velocidade marcada. Ah, e claro desliga-se com aperto de travão ou embraiagem… Um mimo. Outra novidade, a suspensão WP (White Power)… brilhante! A mota vai nitidamente mais estável e segura, parece-me ainda maior a diferença quando se vai com a carga de bagagem que levávamos (seguramente mais de 40 quilos).

Lá nos metemos a caminho para papar o troço Lisboa/Saragoça debaixo de um intenso calor. A saída de Lisboa foi feita não com três, mas sim quatro Tigers. O Rui Tripa que acabou por decidir não fazer a viagem quis marcar presença até aos arredores da fronteira. Foi connosco até à primeira estação de serviço para lá de Badajoz.

Com o Rui Tripa em Badajoz, Espanha

Por falar nisso, foi com vapores de combustível que lá cheguei. A minha Triumph marcava precisamente 0 quilómetros de autonomia. Não chegou a ir abaixo, o computador de bordo é propositadamente pessimista chegando ao zero antes de se acabar a gasosa. Das três Tigers, a minha foi sempre a que gastou mais (0,3 a meio litro). A diferença notava-se apenas acima dos 100 quilómetros por hora. Em nacionais o consumo igualava às outras, em redor de 4,5 litros aos 100 quilómetros. Esta diferença será devida com certeza ao facto de ser o mais pesado dos três, provavelmente de ter mais carga (malas) e eventualmente ao estilo de condução.

Depois de muita autovia e de um almoço nos “100 Montaditos” de um centro comercial de Guadalajara, ainda chegámos a horas decentes ao destino, tal como se previa. 

Estacionamento do Centro Comercial, Guadalajara, Espanha
Não foi fácil dar com o hotel que se situa numa rua pedonal do centro. Depois de duas ou três voltas, lá encontrámos o caminho. 

Saragoça, Espanha
Enfiámos as motas na garagem, largámos os fatos e botas e já com uma roupa mais confortável saímos à rua.

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